ARTIGO - NAYARA CERUTTI
O que a Harmonização Facial tem em comum com o filme A Substância?
Autora destaca um paralelo sobre como o filme e o tratamento estético abordam a mudança
O cinema sempre foi uma poderosa ferramenta para refletirmos sobre as escolhas que fazemos e as consequências delas. O filme A Substância é um exemplo perfeito disso, ao nos convidar a pensar sobre identidade, autoimagem e o desejo de transformação que buscamos ao longo da vida. Por outro lado, temos a harmonização facial, um campo que tem crescido exponencialmente ao oferecer um rejuvenescimento rápido e acessível, e que também lida com questões semelhantes; o desejo humano de transformação.
No filme, a protagonista recorre a uma substância revolucionária para alcançar a perfeição idealizada. Contudo, a transformação vai além do físico, afetando sua personalidade, relações e, mais profundamente, sua própria percepção de si mesma. A história alerta para os riscos de uma busca desenfreada por padrões externos de beleza, que podem nos levar a perder algo essencial; a nossa própria identidade.
A partir dessa perspectiva, surge um paralelo interessante, tanto o filme quanto a harmonização facial nos convidam a pensar sobre os limites da mudança e a preservação da nossa individualidade. Assim como no filme, é importante termos cuidado com procedimentos estéticos que prometem transformações milagrosas.
Não existem soluções mágicas quando o assunto é estética. O que existe é um processo cuidadoso de tratamento e gerenciamento do envelhecimento, sempre embasado pela ciência e executado por profissionais capacitados, a fim de evitar exageros e resultados artificiais.
O paralelo com A Substância se torna evidente quando refletimos sobre os perigos do exagero. Assim como no filme, o uso indiscriminado de procedimentos estéticos pode levar a consequências imprevisíveis, incluindo a perda da identidade. Por isso, é fundamental que o profissional responsável tenha um senso estético apurado, respeite os limites da naturalidade e priorize a saúde acima de tudo.
A harmonização facial não deve apagar a identidade de uma pessoa ou transformar radicalmente sua aparência para atingir padrões de beleza ditados pela sociedade. Pelo contrário, deve respeitar e realçar sua beleza natural, preservando suas características únicas. Quando realizada com responsabilidade, ela busca equilíbrio, proporção e naturalidade, permitindo que a pessoa se sinta mais confiante, sem abrir mão de quem realmente é.
No filme, o uso desenfreado da substância leva à perda da identidade, alertando-nos sobre os perigos de ultrapassar os limites que podem diluir quem realmente somos. A harmonização facial, quando realizada de maneira responsável, é uma oportunidade de combater os efeitos do envelhecimento que roubam nossa beleza e jovialidade. No entanto, deve ser realizada para que você se sinta confortável com a própria imagem, sem perder o que a torna única. O filme nos ajuda a entender que a transformação, seja ela física ou emocional, deve ser guiada com consciência e respeito à nossa individualidade.
Portanto a lição que fica é clara, a busca incessante por uma identidade “melhorada” pode levar a uma perda irreversível de algo essencial, a nossa própria substância.
Dra. Nayara Cerutti
Especialista em Harmonização Facial, Professora e Palestrante da Sinclair Pharma
OPINIÃO
O que não é marketing na economia da atenção?
Na busca incessante por “atenção”, que pode se traduzir em likes, visualizações e engajamento nas redes sociais, muitas pessoas (políticos, influencers, artistas etc) e empresas incorrem no erro de confundir estratégias de comunicação com práticas antiéticas e prejudiciais. Esses desvios podem gerar resultados temporários, mas que comprometem a reputação no longo prazo.
Infelizmente, vivemos um momento em que precisamos explicar o óbvio. O uso de polêmicas envolvendo mentiras e fake news têm o poder de chamar a atenção e mexer com as emoções das pessoas, mas usá-las como se fossem estratégia de comunicação e marketing é um erro. Na verdade, são práticas antiéticas e desonestas.
Assim como fazer uso de violência por meio da divulgação de agressões, ofensas, insinuações criminosas e ameaças tem o resultado de chamar atenção para algo, mas não, não é marketing. A promoção da marca ou produto deve sempre respeitar os princípios éticos e os direitos humanos. Portanto, esse tipo de comportamento é abuso e não marketing.
Um cenário que normaliza absurdos, como foi a postagem recente do empresário Thiago Nigro que expôs nas redes sociais imagens do feto, logo após ter sido expelido pela esposa, beirou o inaceitável, o inacreditável. Além de chocante, ainda pode ter provocado reações extremas em mulheres que já enfrentaram problemas similares.
Outra situação preocupante se trata de mensagens publicitárias que enganam, iludem e contribuem para danos como consumo excessivo e endividamento. Um exemplo são as apostas on-line (BET) que têm gerado cachês milionários a artistas, atletas, influencers e “influencers mirins”, o que é totalmente vedado por envolver um público suscetível à publicidade.
Uma reportagem da revista Piauí mostrou que Virginia Fonseca, por exemplo, inclusive receberia 30% dos valores perdidos pelos usuários nas apostas como “cachê da desgraça”. Aliás, as bets movimentaram, em 2024, cerca de R$ 20 bilhões mensais, segundo o Banco Central, provocando perdas bilionárias a famílias e à própria economia brasileira. E já representam um problema de saúde pública por levar milhões de brasileiros ao adoecimento mental (vício), entre eles, crianças e jovens.
Neste cenário complexo, acelerado e globalizado, tornou-se extremamente necessário o compromisso com as boas práticas na comunicação, que compreendem são só nos afastar de artimanhas para atrair a audiência, como prezar pela transparência ao divulgar informações, evitando-se exageros ou omissões na venda de produtos e serviços (o básico!).
Portanto, este tema envolve muitas camadas, já que são diversos os pontos de atenção devido a dimensão que a nossa vida tomou com o advento da internet, das redes sociais e da inteligência artificial. Inclusive, desde 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige que as empresas sejam transparentes sobre como coletam, armazenam e utilizam os dados dos clientes, em razão do direito à privacidade.
Com o anúncio do presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, sobre o fim do uso de checagem de fatos no Facebook e no Instagram, seguindo um modelo semelhante ao adotado pelo X, enfrentaremos mais uma rede social que se transforma em palco de vale-tudo pela audiência, desconsiderando as perspectivas éticas de comunicação e o impacto da desinformação na internet.
Assim como é amplamente entendido que um advogado, ao defender seu cliente, não pode fabricar provas, pois isso não seria considerado advogar, as ações irresponsáveis que visam apenas obter resultados financeiros não deveriam ser classificadas como marketing.
Diferentemente daqueles que buscam apenas o lucro imediato, sem priorizar transparência, confiabilidade e respeito, escolhi trabalhar o marketing ético como a única forma de gerar sustentabilidade para o meu negócio e o negócio dos clientes. Não vendemos apenas produtos e/ou serviços, cultivamos uma base fiel, que se sente valorizada e confia na nossa marca.
Como profissional da área, convido os meus pares a adotar uma postura em que os valores humanos e sociais sejam tão valorizados quanto o sucesso comercial. Assim, independente das adversidades, o marketing cumprirá seu papel de ser responsável pelas suas ações e o impacto delas no mundo!
Dayane Nascimento, consultora marketing com formação na UFMT, especialista em planejamento estratégico e economia comportamento pela ESPM/SP e empresária.
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