Durante o mês do Outubro Rosa, o Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote do Trastuzumabe Entansina, medicamento de alta tecnologia recém-incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença. Cerca de 156 frascos foram destinados ao estado de Mato Grosso e foram entregues na quinta-feira (23) à Secretaria Estadual de Saúde, que fará a distribuição conforme os protocolos clínicos vigentes.
Segundo o Ministério, quatro lotes do medicamento serão entregues até junho de 2026, com as próximas remessas previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. O fornecimento atenderá 100% da demanda atual do SUS, beneficiando 1.144 pacientes ainda neste ano.
“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2-positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro”, destacou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto.
O investimento total é de R$ 159,3 milhões para a compra de 34,4 mil frascos-ampola — metade de 100 mg e metade de 160 mg. O governo federal negociou a compra por um valor 50% inferior ao de mercado, o que representa economia de cerca de R$ 165,8 milhões e amplia o acesso das pacientes ao tratamento gratuito.
Avanço no tratamento do câncer de mama
O Trastuzumabe Entansina é indicado para pacientes que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio III. A nova terapia amplia as possibilidades de cuidado, oferecendo melhores perspectivas de controle da doença e qualidade de vida.
Além desse medicamento, o Ministério também está expandindo o acesso aos inibidores de ciclinas — abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe — utilizados no tratamento de câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.
Uma portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos será publicada ainda neste mês, permitindo que estados e municípios façam a aquisição direta, com financiamento federal. A medida promete agilizar o fornecimento e garantir que o tratamento chegue com mais rapidez às pacientes.
Mais acesso ao diagnóstico
Outra ação importante do governo foi a ampliação da faixa etária para a realização de mamografias pelo SUS. Agora, o exame está disponível a partir dos 40 anos, mesmo na ausência de sintomas. A mudança facilita o diagnóstico precoce e o acesso à assistência, especialmente para mulheres que antes enfrentavam barreiras no sistema público.
Somente em 2024, mais de 1 milhão de mulheres com menos de 50 anos realizaram o exame — o que representa 30% do total de mamografias feitas no país.
Atendimento itinerante
Também em celebração ao Outubro Rosa, o Ministério da Saúde deu início ao trabalho das 28 carretas do programa “Agora Tem Especialistas”, que percorrem 20 estados brasileiros oferecendo atendimento gratuito em regiões com menor cobertura médica.
As unidades móveis têm foco na saúde da mulher, com serviços voltados à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. A ação busca reduzir o tempo de espera no SUS e garantir que o cuidado chegue a quem mais precisa.



























