A Polícia Civil prendeu 25 pessoas, na manhã desta quinta-feira (30), suspeitas de integrar uma facção criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas. As prisões fazem parte da Operação Doce Amargo – Acorde Final, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, com o objetivo de desarticular uma rede de narcotraficantes que atuava na baixada cuiabana e possuía ramificações em outros estados do país.
A ação representa a fase conclusiva de uma série de investigações iniciadas em 2023 e conta com o cumprimento de 25 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias da Capital. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de veículos utilizados pelo grupo em suas atividades ilícitas.
As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Cuiabá e Várzea Grande (MT), Tefé (AM), Rio de Janeiro (RJ) e Natal (RN), evidenciando o caráter interestadual da organização criminosa. Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Estrutura
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (Denarc), começaram em 2023 e revelaram uma estrutura complexa e bem organizada, com funções distribuídas entre fornecedores, intermediários, distribuidores e responsáveis pela logística de transporte e armazenamento das drogas.
O grupo utilizava locais fixos, conhecidos como “casas-cofre”, para armazenar grandes quantidades de maconha, cocaína e haxixe, além de manter rotas de fornecimento interestadual. As drogas eram transportadas, em alguns casos, até mesmo por encomendas via Correios e por transportadoras.
Para movimentar o dinheiro do tráfico, os criminosos utilizavam transferências via Pix, criando um sistema paralelo de pagamentos que dificultava o rastreamento dos valores. As investigações apontaram movimentações financeiras intensas e organizadas, com repasses de lucros entre os integrantes e divisão de porcentagens conforme as vendas.
Durante as apurações, foi constatado que o grupo mudava constantemente de endereço, possivelmente para dificultar o rastreamento policial. Em apenas uma negociação registrada, os criminosos comercializaram mais de 200 quilos de drogas de um lote total de 300 quilos.
Operação
O delegado Marcelo Miranda Muniz, coordenador da operação, destacou a gravidade do caso e a estrutura hierárquica da facção.
“Identificamos coordenadores responsáveis pelas negociações, intermediários que recebiam e repassavam pedidos, distribuidores que mantinham casas-cofre e operadores financeiros que movimentavam os recursos ilícitos. O volume de recursos e a rede de contatos demonstram a periculosidade do grupo e a necessidade de repressão qualificada”, afirmou.
Já o delegado titular da Denarc, Wilson Cibulskis, ressaltou que a operação representa um avanço no combate ao tráfico e na descapitalização de organizações criminosas.
“Além de retirar entorpecentes de circulação, nosso objetivo é atingir também o patrimônio usado pelos criminosos para sustentar suas atividades ilícitas”, explicou.


























