A delegada de Polícia Civil Mariell Antonini destacou a gravidade dos casos de violência contra a mulher e a importância das medidas protetivas durante entrevista concedida ao SBT Cuiabá, nessa terça-feira (4), durante o programa Diálogos com a Sociedade. Segundo ela, o feminicídio representa o estágio final de um ciclo de agressões que começa dentro do ambiente familiar e que, muitas vezes, é marcado por violência psicológica, sexual, patrimonial e verbal.
“Quando pensamos em violência contra a mulher, geralmente associamos apenas à agressão física. Mas precisamos entender que há outros tipos de violência que também são criminosos e que adoecem a mulher, afastando-a da sua rede de apoio”, explicou Mariell.
De acordo com dados da Polícia Civil, 46 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso neste ano. Além disso, mais de 15 mil mulheres solicitaram medidas protetivas entre janeiro e novembro de 2025. O número, segundo a delegada, é alarmante, mas também representa que mais vítimas estão buscando ajuda.
“No ano passado, foram 17.910 pedidos de medida protetiva. Neste ano, já chegamos a 15.300. É importante que as mulheres continuem procurando apoio, porque a medida protetiva salva vidas”, afirmou.
Mariell ressaltou ainda que 90% das vítimas de feminicídio não tinham medida protetiva em vigor. “Perdemos 46 mulheres este ano, mas salvamos outras 15 mil que estão sob proteção do Estado. A medida protetiva não é apenas uma folha de papel — é uma rede de instituições que se movimenta para resguardar a mulher”, frisou.
A delegada lembrou que, ao procurar ajuda, a vítima não está sozinha. “As delegacias estão de portas abertas. Quando a mulher pede uma medida protetiva, toda a rede de proteção é acionada — desde o acompanhamento da Patrulha Maria da Penha, o uso do botão do pânico ou aplicativo SOS Mulher, até o encaminhamento do agressor para grupos reflexivos e o apoio psicológico à vítima”, detalhou.
Além disso, o Estado conta com o programa Ser Família Mulher, que oferece um benefício de R$ 600 para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica. “Esse suporte financeiro é fundamental para quem depende economicamente do agressor e precisa romper o ciclo da violência”, concluiu a delegada.























