O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que o ART — Autonomous Rail Rapid Transit — é o modal mais adequado para substituir o BRT e modernizar o transporte coletivo da capital. A declaração foi dada nesta sexta-feira (14), em entrevista ao SBT Comunidade, após retorno da viagem oficial à China, onde o gestor conheceu de perto o funcionamento do sistema.
Segundo Abilio, o novo modal oferece maior capacidade, exige menos intervenções estruturais e aproveita praticamente toda a obra já executada no atual traçado do BRT. A tecnologia funciona com sensores magnéticos instalados no asfalto e sinalização especial que guia os veículos, que são elétricos, articulados e com capacidade para transportar até 300 passageiros.
“Não vamos precisar quebrar nada do que foi feito. O ART usa a estrutura já existente, só acrescenta sensores e uma pintura segmentada. É um modal mais moderno, mais inteligente e muito mais próximo de um VLT do que do BRT”, explicou o prefeito.
Modernização e autonomia
O bolsonarista destacou que o veículo opera de forma semiautônoma: segue de forma automática no trajeto principal, guiado por sensores e marcações, mas é supervisionado por um motorista que pode assumir o controle em situações atípicas, como desvios de trânsito ou emergências.
Para o prefeito, essa característica garante segurança, eficiência e fluidez ao transporte público. Ele acrescentou ainda que o ART é equipado com câmeras e tecnologias de monitoramento em tempo real, permitindo ajustar o fluxo e reduzir atrasos.
Conversas com o governo do Estado
Prefeito ressaltou que as discussões sobre a adoção de um novo modal não começaram agora e que a proposta já foi apresentada ao governo Mauro Mendes (União Brasil). Segundo Abilio, o Estado estuda alternativas viáveis para substituir o BRT, e a decisão final do governador será determinante para que o projeto avance também junto à Prefeitura de Várzea Grande.
“Se o governador sinalizar interesse, aí sim vamos tratar tecnicamente com os dois municípios. A ordem é essa. Sem a anuência do Estado, não há o que discutir”, disse.
Uma equipe da fabricante chinesa responsável pelo ART deve vir a Cuiabá nos próximos meses para apresentar o sistema oficialmente. Caso haja interesse do governo de Mato Grosso, dois veículos podem ser enviados para testes práticos antes da aquisição definitiva.
Expansão além do traçado da Copa
Abílio também destacou que o ART permitirá ampliar o atendimento do transporte público para regiões que ficaram fora do antigo projeto da Copa de 2014, como Avenida das Torres, Pedra 90, Pascoal Ramos, Marechal Rondon, Distrito Industrial e Avenida dos Trabalhadores.
“O BRT ficou preso ao traçado antigo. O ART não precisa disso. Ele requer pouca intervenção, só sensores e pintura. Então podemos expandir sem grandes obras”, afirmou.
O prefeito explicou ainda que o modal pode operar mesmo com o estado atual das vias, desde que receba camada asfáltica adequada. Ele afirmou que muitas das pistas construídas para o BRT “trepidam” por falhas na base de concreto e precisarão ser recapeadas de qualquer forma.
Situação do asfalto e necessidade de financiamento
Durante a entrevista, Brunini reforçou que Cuiabá precisa de cerca de 350 km de novo asfalto, investimento que ultrapassa R$ 350 milhões — valor que, segundo ele, só poderá ser obtido por meio de financiamentos.
A baixa nota de capacidade de pagamento do município (C-) impede que a prefeitura busque empréstimos neste momento, o que deve ser possível apenas após melhorias financeiras previstas para os próximos meses.
Ele afirmou que busca alternativas internacionais com juros menores, especialmente após contatos realizados nos Emirados Árabes durante a missão internacional.
“Cuiabá pode ser uma das primeiras cidades do Brasil a ter o ART”
Ao defender o novo modal, o gestor disse que Cuiabá tem a oportunidade de sair na frente e implantar um sistema inovador, sustentável e compatível com as necessidades atuais da população.
“É um modal que aumenta a capacidade de transporte, exige poucas intervenções, é moderno e traz mais funcionalidade. Cuiabá pode ser uma das primeiras cidades do Brasil a implantá-lo”, garantiu.
Prefeito concluiu dizendo que o ART representa um avanço estrutural importante e que a missão agora é articular politicamente, ajustar viabilidade financeira e preparar a parte técnica para que o projeto possa se tornar realidade nos próximos anos.





























