Mato Grosso alcançou um marco histórico na safra 2024/25: foram produzidas 50,6 milhões de toneladas de soja, superando em 300 mil toneladas a Argentina, tradicional concorrente no setor. Caso fosse um país, o Estado ocuparia o terceiro lugar no ranking mundial de produtores, ficando atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A soja mato-grossense representou 30% da produção brasileira e mais de 12% da colheita mundial, volume próximo à metade do que produzem os norte-americanos. No mesmo ciclo, o Brasil registrou 169,49 milhões de toneladas, enquanto os Estados Unidos colheram 118 milhões.
A força do campo é a base da economia estadual: a agricultura responde por 71% da atividade agropecuária de Mato Grosso e a pecuária por 29%. Juntas, essas atividades movimentam R$ 230 bilhões no PIB estadual, o que equivale a 56,2% de toda a produção agrícola nacional.
Mais de 60% da soja produzida tem destino internacional, exportada em grãos ou processada em óleo e farelo. Mas não é só a oleaginosa que impulsiona o agronegócio. O milho também vem ganhando protagonismo, com 55 milhões de toneladas colhidas nesta safra — o dobro do registrado há dez anos e equivalente a 40% da produção nacional. O consumo interno absorve 31,6% desse volume, impulsionado pela expansão das usinas de etanol de milho.
A diversificação industrial acompanha esse crescimento. Atualmente, Mato Grosso conta com 321 agroindústrias, que incluem algodoeiras, laticínios, frigoríficos, além de plantas de biodiesel e etanol. O médio-norte do Estado concentra a maioria das novas biorrefinarias, que além do combustível produzem DDG, insumo essencial para a pecuária.
Outro destaque é a cotonicultura. O Estado responde por 72,5% da pluma produzida no Brasil e 11% do total mundial, resultado que triplicou em dez anos. Já na pecuária, Mato Grosso mantém o maior rebanho bovino do país, com 32,8 milhões de cabeças, o equivalente a 14,3% do total nacional. Somente em 2024, cerca de 7,4 milhões de animais foram abatidos.
Segundo o Imea, práticas como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) já recuperaram 5,1 milhões de hectares de áreas degradadas, permitindo até três colheitas por ano. Essa combinação de soja, milho, algodão e carne, aliada à expansão da agroindústria, consolida Mato Grosso como um dos grandes protagonistas do agronegócio global.