O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) descartou o caso suspeito de gripe aviária em aves de criação doméstica (subsistência), em Nova Brasilândia no início desta semana, após um exame investigativo da suspeita testar negativo. A equipe de reportagem do SBT Cuiabá procurou uma especialista do instituto para esclarecer o trabalho realizado.
A médica veterinária, Emmanuelle Mutzenberg, do Indea, falou que as investigações fazem parte do dia-a-dia da instituição. “Essas investigações são um trabalho que o Indea rotineiramente faz, que estimula que os produtores notifiquem suspeitas e o Indea prontamente atende essas notificações. A gente faz uma identificação clínica e epidemiológica, e então verifica a necessidade de coleta de amostras, foi o que ocorreu em Nova Brasilândia, houve a coleta de material, porém já foi descartado”, explicou.
Passo a passo da investigação de rotina e específica
Mutzenberg explicou ainda sobre a intensificação realizada pelo órgão nesses momentos de investigação de casos que impactam a produção local no estado. “Quando se acende essa questão, ocorrendo-se um foco na avicultura comercial, as atividades direcionadas às aves acabam sendo intensificadas, seja nas atividades de vigilância veterinária, que são feitas com direcionamento ao risco, onde existe uma chance maior de introduzir a doença, caso ela venha a ocorrer. Além disso, a gente realiza visitas às granjas comerciais, pra verificar a questão da biosecuridade, se há o devido cumprimento, também a gente realiza as atividades de monitoramento sorológico, são selecionadas granjas comerciais, propriedades de subsistência, onde são colhidas amostras pra verificar se de fato não há circulação viral aqui no nosso estado. Todas essas atividades são realizadas e intensificadas nesse período e são realizadas ainda as fiscalizações volantes. E nesse caso, com foco no Rio Grande do Sul, prioriza-se a verificação desse trânsito oriundo da região Sul do país”, detalhou minuciosamente a especialista.
Ministério da Agricultura se manifesta
De acordo com o Mapa, além de Nova Brasilândia, foram descartadas até a manhã dessa terça-feira (20) suspeitas de gripe aviária em granjas de subsistência em Gracho Cardoso, no Sergipe, e em Triunfo, no Rio Grande do Sul. São investigados ainda casos em Aguiarnópolis no Tocantins, Salitre no Ceará, Ipumirim em Santa Catarina e Estância Velha no Rio Grande do Sul.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, falou sobre os pontos mais relevantes do trabalho realizado para sanar a crise. “O importante é a gente fazer todo o bloqueio e rastreamento de tudo o que saiu dessa granja. Com isso, a gente fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos, muito mesmo. Feito isso, cumpre-se o prazo de 28 dias, que é o ciclo desse vírus. Então, se em 28 dias não tivermos nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado, aos compradores, que volta a colocar o status do Brasil de novo de livre da gripe aviária. Não significa que imediatamente todos os mercados se abrirão, muitos vão fazer questionamentos, tirar dúvidas e é normal isso”, esclareceu Fávaro.
20 países suspendem exportações
Manifestaram pela suspensão da importação da carne de aves de todo o Brasil países como México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina.
Já a China, União Europeia, África do Sul, Rússia, Peru, República Dominicana, Bolívia, Marrocos, Paquistão e Sri Lanka fizeram a suspensão para todo o território nacional, em atendimento aos requisitos sanitários em protocolos assinados com esses países parceiros.



























